O governo tem a obrigação de vacinar, nos
próximos quatro meses, todos os 38 milhões de brasileiros que receberão a
nova rodada do auxílio emergencial, disse hoje (22) o ministro da
Economia, Paulo Guedes. Segundo Guedes, essas pessoas precisam sair de
casa para trabalhar, mesmo recebendo o benefício.
"Quero dar ênfase para a necessidade de vacinação em massa. Está muito
claro hoje que o desemprego, a recessão de hoje, teve uma focalização
muito grande particularmente nos mais vulneráveis, os 38 milhões de
brasileiros que ganham seu pão, seu dia a dia, literalmente a cada dia",
disse o ministro, ao comentar o resultado da arrecadação de fevereiro.
Na avaliação de Guedes, a vacinação em massa precisa ser acelerada ao
máximo para assegurar o retorno seguro ao trabalho, principalmente dos
informais, que constituem a população mais vulnerável.
“Particularmente, esses mais vulneráveis não podem ficar em casa, no
isolamento social, tendo sua sobrevivência garantida. Mesmo a gente
fornecendo auxílio emergencial, são as famílias mais frágeis. Eles têm
às vezes 8, 9, 10 pessoas em habitações muitas vezes de só um cômodo, e
são pessoas que querem trabalhar e precisam trabalhar, eles pedem para
trabalhar”, declarou.
Nas palavras do ministro, há uma “assimetria de informação” entre a
população de alta, média e baixa renda. Segundo Guedes, enquanto as
pessoas de maior renda toleram melhor o distanciamento social, as
pessoas de classes mais baixas “têm um desejo desesperado pelo
trabalho”, daí a necessidade de vacinar em massa os trabalhadores
informais e os demais beneficiários do auxílio emergencial.
“Mesmo com a cobertura que vamos estender, mais do que nunca, temos que
evitar a crueldade do dilema que é: ou fica em casa com dificuldades
para manutenção da sua sobrevivência pessoal, ou vão sair arriscado a
perder a vida pela covid. Então, a vacinação em massa tem que ser
acelerada ao máximo para garantir a chance de sobrevivência e o retorno
seguro ao trabalho, principalmente para as camadas mais vulneráveis”,
justificou o ministro.
Arrecadação
Guedes comemorou o resultado da arrecadação em fevereiro, um recorde de R$ 127,74 bilhões.
“Foi não só o melhor desempenho em toda a série histórica, mas também
em todo o bimestre. A arrecadação é um recorde histórico desde o ano
2000, quando teve início a série", disse o ministro ao apresentar os
números.
O ministro, no entanto, admitiu que, após os resultados positivos de
fevereiro, a arrecadação federal deve cair, nos próximos meses, em
decorrência das novas medidas de restrição social em diversas regiões do
país. “Com o recrudescimento da pandemia, nós devemos sofrer algum
impacto no mês de abril”, declarou Guedes.
Em valores corrigidos pela inflação oficial pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a arrecadação federal registrou
crescimento de 4,3% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado. Nos
dois primeiros meses do ano, a arrecadação avançou 0,81% acima da
inflação, somando R$ 307,96 bilhões.
Fonte: Agência Brasil