Bauru/SP – A Polícia
Federal, com apoio da Receita Federal do Brasil e GAECO do Ministério Público
Federal, deflagrou hoje (27/8) a Operação Jurumirim, decorrente de
investigações que apuraram a criação de empresas em nome de sócios “laranjas”,
para ocultar esquema de sonegação de impostos e movimentação financeira de
origem ilícita.
Cerca de 80 policiais federais deram cumprimento a 19 mandados
de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal em Avaré/SP, em endereços
localizados nas regiões de Bauru/SP, Avaré/SP, Itaí/SP, Botucatu/SP,
Sorocaba/SP, Araçoiaba da Serra/SP e Guarulhos/SP.
O esquema investigado evidenciou que diversos empresários e seus
familiares, com o apoio de escritórios de advocacia e de contabilidade, se
utilizavam de escrituras em nome de terceiros e pessoas “criadas”
exclusivamente para cometimento das fraudes. Os investigados, por intermédio de
interpostas pessoas, também negociaram aeronaves, embarcações, veículos e
caminhões destinados ao contrabando de cigarros, além de fazendas, imóveis
residenciais e, até mesmo, um hospital.
Até o momento, foram identificadas sonegações fiscais que
atingiram a soma de, aproximadamente, R$ 25 milhões, tanto em contribuições,
como em impostos de pessoas físicas e jurídicas, inclusive, em decorrência das inúmeras
apreensões de cigarros ilegalmente transportados (mais de 4 milhões de maços
apreendidos).
Também foi determinada, judicialmente, a averbação de restrições
nas matrículas de bens imóveis identificados como pertencentes aos
investigados. Conforme foi apurado, eles podem ter sido adquiridos como
produtos dos crimes de sonegação fiscal, adulteração de combustíveis e
contrabando de cigarros, dentre outros, visando promover a ocultação dos
valores obtidos com a prática dessas condutas.
As investigações continuam, e os envolvidos poderão, em tese,
ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, sonegação fiscal,
falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem, na modalidade
ocultação. O nome da operação se deve ao fato da
atuação de grande parte das empresas investigadas e dos principais envolvidos
se situarem na região da represa de Jurumirim, localizada no município de
Avaré/SP.
FONTE PF