Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por cerca de 70% da geração hídrica do país, opera com 18,05% da capacidade

 

Os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste operam com apenas 18,05% de sua capacidade de armazenamento. A previsão é que cheguem a 15,2% até o final do mês, de acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema).

Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios já registram a pior média mensal de ocupação em setembro de toda a série histórica, iniciada em 2000. 

Segundo dados do ONS, em setembro do ano passado o índice era de 39,6%. Em 2001, ano em que o país enfrentou uma crise energética que levou ao racionamento de energia, o mês de setembro terminou com 23,4% de volume de água dos reservatórios.

O pior nível das últimas duas décadas nos reservatórios da região ocorreu em novembro de 2014, com 15,81% de volume armazenado, seguido por 2015, com 17,04%, também em novembro.

Dentro do sistema, os volumes mais afetados são das usinas de Ilha Solteira e de Três Irmãos, que na última semana chegaram a 0% do armazenamento, mas foram autorizadas a manter a operação com a utilização até o limite mínimo de operação energética do volume morto. Outras que estão com o funcionamento ameaçado são Furnas, que atingiu 15,11%, Nova Ponte, com 11,06%, Emboracação, com 10,63%, Itumbiara, com 10,48%, e Marimbondo, com 9,58%. Redução voluntária

O país enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Além da escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas, as perspectivas de chuvas na região Sul e Sudeste não estão se concretizando. Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, que têm custo alto, provocando impacto na conta de luz.

Com o agravamento, o governo também pretende fazer uma contratação simplificada de energia e de reserva de capacidade para enfrentar a crise. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque afirma que não haverá racionamento.

Para isso, outras medidas foram lançadas como o programa de redução voluntária para consumidores residenciais que começou a valer desde 1º de setembro. A iniciativa recompensará os cidadãos que reduzirem em até 10% o consumo, com um bônus de R$ 50 para cada 100 kWh economizados.

Neste mês, também passou a valer o reajuste de cerca de 6,78% na tarifa média da conta de luz, através da criação da bandeira da "Escassez Hídrica". O governo também decretou a redução compulsória do consumo de eletricidade na administração pública federal. Órgãos e entidades deverão reduzir entre 10% a 20% o consumo de eletricidade de 1º de setembro a abril de 2022.

O ministério destaca ainda a criação da GREG (Câmara de Regras Excepcionais de Gestão Hidroenergética), onde são discutidas as medidas e ações a serem tomadas, e o SIN (Sistema Interligado Nacional, que permite transferência de energia entre os subsistemas.