Cardiologista Roberto Yano explica como enrijecimento das
artérias podem comprometer o funcionamento do órgão e comenta como mudanças
simples podem trazer grandes resultados
Nesta quarta-feira, 29 de setembro, se comemora o Dia do
Coração, e um estudo lançado recentemente pela revista científica Circulation
revela que hábitos simples, como a redução do consumo de calorias diárias e a
prática de exercício físico podem aumentar o desempenho cardíaco e propiciar
mais qualidade de vida para as pessoas.
Segundo a pesquisa, a redução de 250 calorias por dia na
dieta, além dos exercícios por no mínimo quatro vezes na semana, foram capazes
de melhorar a rigidez da aorta de pacientes idosos e obesos. De acordo com o
cardiologista Roberto Yano, o enrijecimento da parede arterial dificulta o
trabalho do coração e pode resultar em graves complicações para o paciente,
inclusive, levá-lo à morte.
“O enrijecimento arterial dificulta a passagem fluida do
sangue, fazendo com que o sangue não chegue adequadamente a todo o organismo,
elevando a pressão sanguínea e potencializando os riscos de doenças
cardiovasculares, como infarto, derrame, aterosclerose e outras complicações”,
alerta. “Esses problemas são mais frequentes na velhice, mas hábitos ruins,
como consumo exagerado de bebida alcoólica, cigarros, sedentarismo, obesidade e
alimentos ricos em aditivos químicos e gorduras ruins podem elevar os riscos à
saúde”, completa.
Os pesquisadores ficaram por cinco meses avaliando
diariamente, com ressonância magnética, o comportamento de 160 adultos obesos,
com idades entre 65 e 79 anos, que não praticavam previamente exercício físico.
Os participantes foram divididos em três grupos: um de pessoas que fizeram
somente exercício físico; outro com pessoas que praticavam exercícios e fizeram
redução de 250 calorias diárias na alimentação e um terceiro grupo que
praticava exercício físico e fizeram a redução de 600 calorias por dia.
Conclui-se que os dois grupos que se exercitaram e tiveram
redução de calorias, reduziram entre 8 e 9 kg de peso corporal, enquanto o
grupo que só mantinha o exercício físico, tiveram uma perda média de apenas 1,6
kg. Houve também uma melhora da distensibilidade da aorta ascendente em
pacientes que se exercitaram e fizeram uma restrição calórica moderada, o que
não ocorreu em quem fez uma restrição calórica intensa.
“O estudo mostra que mais vale a frequência, rotina e
moderação, do que o esforço exagerado e restrição calórica extrema. Vale
lembrar que restrição calórica intensa em obesos idosos, pode não ser a melhor
opção, pois apesar da diminuição considerável do peso, não houve melhora na
distensibilidade da artéria aorta, ou seja, suas artérias não ficaram mais
saudáveis”, finaliza.