Expectativa é que o preço da gasolina caia 8,5%, do etanol 7% e do diesel 3,7%. Arrecadação dos estados será reduzida.

O projeto de lei complementar (PLP) 11/21 que muda a forma da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi aprovada pela Câmara dos Deputados noite desta quarta-feira, 13. Por 392 votos a favor e 71 contra, a medida determina que o cálculo do imposto estadual esteja vinculado à quantidade do produto e tenha, por sua vez, valor fixo. O modelo adotado pelo PLP recém-votado diverge da proposta defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que, há algumas semanas, por meio do PLP 16/21, estimava a unificação das alíquotas aplicadas sobre os combustíveis em todo o país. A medida foi apensada ao PLP 11/21 e solicita que o cálculo do ICMS seja baseado no valor médio do litro do combustível de dois anos anteriores. De acordo com Lira, a expectativa é de que o preço da gasolina caia 8,5% com o projeto, o etanol 7% e o diesel 3,7%. O projeto de Lira, mesmo com o acordo de ser votado, não recebeu a esperada simpatia da oposição, que defende que as mudanças na tributação dos combustíveis sejam realizadas através de uma reforma tributária em cima do consumo.

“Aparentemente isso pode parecer uma boa ideia, porque pegaria a média dos últimos anos, e estaríamos diminuindo o preço da gasolina. Mas, no fundo, isso não resolve o problema e talvez traga um maior: hoje estamos trabalhando no pico do preço dos combustíveis, mas esse pico pode voltar, como já aconteceu. Quando voltar, o mesmo valor fixo que impede o crescimento exponencial da gasolina pode impedir a redução do preço da gasolina”, declarou o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP).

Outro ponto responsável pela fraca recepção da medida está no argumento de que a alíquota do ICMS não recebeu alta nos últimos 12 meses, mas os preços dos combustíveis se mantiveram em crescente subida. Ou seja, isso demonstra que o real problema nos reajustes não está atrelado ao ICMS e sim na política de preços adotada pela Petrobras, suscetível à alta do dólar.

Fonte capitalist