Com maior incidência dos casos (52,9%), a
faixa de 20 a 34 anos é alvo da campanha lançada neste Dia Mundial de Luta contra
a Aids
No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta
quarta-feira (1º), o Ministério
da Saúde lançou uma campanha nacional de combate ao HIV —
vírus causador da Aids —
que focará especialmente o público jovem. Dados divulgados pela pasta mostram
que a maior incidência de casos (52,9%) foi registrada entre pessoas de 20 a 34
anos. Desse total, 69,8% são homens e 30,2%, mulheres. "Esse público
jovem precisa ser reincentivado, por meio de atuação mais ativa, a cuidar da
saúde, muitas vezes deixada de lado durante a pandemia, e a fazer o diagnóstico
precoce, inclusive como medida de prevenção. Isso porque com três a quatro
meses de tratamento já é possível reduzir o risco de transmissão do HIV",
destacou o diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Gerson Pereira. Por
outro lado, de forma geral, houve uma redução de 25% na detecção dos casos de
HIV em 2020 — 32.701 ocorrências — no comparativo com o ano anterior,
quando foram registrados 43.312 casos. E ainda houve uma queda na detecção de
Aids em crianças menores de 5 anos nos últimos dez anos.
Outro número que chama atenção é o aumento de 30,3% nos casos em
gestantes. "Esse dado reforça ainda mais o compromisso deste governo e do
ministério com a vida, de trazer mais qualidade de vida para o cidadão no dia a
dia por meio de uma saúde integral, de um SUS [Sistema Único de Saúde]
fortalecido", ressaltou.
Dados do DF
Seguindo a tendência do cenário nacional, a maioria dos casos de
HIV também ocorreu entre os homens no Distrito Federal. Do total de 3.974
casos registrados entre os jovens de 12 a 29 anos, 85% dos infectados são
homens.
Os dados da Codeplan (Companhia de Planejamento) divulgados
nesta quarta-feira (1º) revelam que 23,2% dos jovens que estão no último ano do
ensino fundamental já haviam tido relações sexuais. As meninas foram as que
mais usaram preservativo durante a primeira relação sexual, representando
67,9%, enquanto a proporção entre os meninos atingiu 54,9%.
O estudo mostrou ainda a importância do papel desempenhado pela
escola na conscientização. Entre os jovens entrevistados, 86,3% disseram ter
recebido orientações sobre infecções sexualmente transmissíveis no ambiente
escolar.
Avanços e desafios
Durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta, o Ministério
da Saúde informou que, apesar das dificuldades e dos desafios impostos durante
a pandemia, não faltaram medicamentos nos últimos dois anos. "Já temos,
inclusive, todas as compras de remédios garantidas para o próximo ano",
adiantou Gerson Pereira.
De acordo com o Ministério da Saúde, de 2012 a 2020, 666 mil
pessoas estiveram em tratamento contra a doença. Atualmente, 694 mil pessoas
estão em tratamento.
No Brasil, há aproximadamente 920 mil brasileiros vivendo com
HIV. Dos 89% diagnosticados, 77% fazem tratamento com antirretroviral; 94% das
pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido
carga viral indetectável.
Novo medicamento
No ultimo dia 29, a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou um novo
medicamento para o tratamento de HIV que reúne duas substâncias
em um único comprimido. O novo remédio é uma combinação das substâncias
lamivudina e dolutegravir sódico.
De acordo com a agência, a aprovação representa um avanço no
tratamento das pessoas portadoras do vírus, já que reúne em uma dose diária os
dois antirretrovirais, que não estavam disponíveis em um só comprimido. A
possibilidade da dose única simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes.
Os exames para diagnosticar o vírus estão disponíveis
gratuitamente no SUS. Há tanto os laboratoriais quantos os testes rápidos, que
detectam os anticorpos contra o HIV em até no máximo 30 minutos. Os testes
podem ser feitos nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e
Aconselhamento. Para além da rede pública, está disponível no mercado
farmacêutico um autoteste que detecta, de forma simples e rápida, os anticorpos
contra o HIV em uma gotícula de sangue.
O material é colhido diretamente no dispositivo e o resultado
aparece em forma de linhas, que indicam se há ou não presença de anticorpos
para o vírus HIV em até 15 minutos. O teste foi aprovado recentemente pela
Anvisa e é utilizado em ações da OMS (Organização Mundial da Saúde).