Nesta quinta-feira (10), a moeda norte-americana registrou avanço de 0,29%, a R$ 5,2412.

O dólar fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,2412, nesta quinta-feira (10), com investidores demandando a segurança da moeda norte-americana em meio a quedas nos mercados em Wall Street, após dados de inflação nos EUA turbinarem apostas de aumentos mais vigorosos nos juros por lá.

Ainda assim, o mercado de câmbio aqui — e no mundo emergente em geral — não mostrou corrida por compra de dólar, em parte pela continuação de fluxos para classes de ativos em que investidores enxergam mais oportunidades de ganhos, como moedas de países que já estão em processo de aperto monetário.

Na mínima da sessão, o dólar chegou a cair 1,01%, a R$ 5,1741 na venda, menor intradia desde setembro.

Com o resultado, passou a acumular queda de 1,21% no mês e de 5,98% no ano.

Cenário

Na agenda do dia, o IBGE divulgou mais cedo o resultado do setor de serviços no acumulado em 2021, que mostrou expansão de 10,9% sobre o ano anterior e superou as perdas de 2020.

A queda do dólar frente ao real nas últimas sessões ocorre em meio às expectativas de novas altas na taxa básica de juros no Brasil.

O Banco Central indicou na ata da última reunião do Copom que o próximo aumento da taxa básica de juros, em meados do mês de março, será menor. Na interpretação de diversos analistas, porém, o BC indicou um ritmo mais lento de elevação da taxa Selic, mas sem uma pausa iminente.

Juros mais altos no Brasil são, no geral, vistos como positivos para o real, atraindo um maior fluxo de capital estrangeiro.

Números do Banco Central mostraram que o Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de moeda estrangeira pelo câmbio contratado em cinco meses. E fevereiro já começou em ritmo forte, o que elevou os ingressos líquidos na virada do mês a US$ 8,181 bilhões, com domínio da conta financeira --por onde passa o dinheiro que recentemente tem migrado para mercados emergentes no geral.

Essa dinâmica reflete parte investidores, deixando ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos EUA, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas — quesito em que o Brasil se destacou, dado o consenso de que o real operava muito desvalorizado ante os fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata, destaca a Reuters.